sábado, 5 de março de 2011

Mar





  Ninguém sabe exatamente como nasceu o mar, como se tornara grande e volumoso, nem por que é tão profundo, por que é salgado, ou se um dia deixara de ser doce ou puro. Mas quem seria o autor de tão numerosas lágrimas?
  Às vezes agitado, outras vezes calmo. O mesmo mar completa cenários tristes e alegres de quem o vê. Tem seu próprio ritmo, suas fases e seus segredos. Por mais que alguém tenha coragem de avançá-lo, nunca chegará ao seu interior por seus próprios pés, embora a força de atração seja muito grande. Olhando de longe, não temos noção de sua profundeza e sequer somos capazes de imaginar o que nela se encontra. Para isso, é essencial existir tamanha profundidade em nós mesmos.
  Quem se arrisca a conhecê-lo, guardará apenas para si. Talvez, para estes, o mar seja ainda mais belo e intenso. Porém, muitos dos que conseguem esses feitos, não voltam, ficando em seus lugares a saudade. Mais lágrimas são deixadas em sua margem, até as ondas levarem ao fundo.
  Por isso, muitos preferem apenas admirá-lo, sonhando com as belezas do universo que o mar contenha. Mas estes eu digo que não são felizes.
  Felizes são os que arriscaram-se a chegar em suas profundezas, pois só eles guardam a provável experiência mais bela da vida.
   Porém, mais tristes ainda são os que nunca viram o mar.

S.C.P.S.

Um comentário:

Anderson disse...

muito bom! grande sutileza nas comparações e agradabilíssimo de ler!