A linha da vida lá está, na palma da mão. Esta a traz consigo o tempo todo, por todos os cantos onde estiver. Cada um que a toca, penetra naquela linha e, quanto mais intenso for o toque entre duas linhas que se cruzam, por mais tempo elas traçam-se juntas.
Tudo o que fazemos, falamos, sentimos, são resumidos de forma bem singela pelas mãos.
Enquanto nos olhos tenta-se desvendar um mundo por trás de toda a superfície, nas mãos é expressa grande parte desse mundo. Se puder observá-la, é possível encontrar sempre vestígios de angústia, tristeza, pensamentos distantes, atenção, ansiedade, raiva... Se puder tocá-la, sente-se a intensidade e muitos desejos escondidos por entre os dedos e, por que não, é possível obter respostas, ainda que não seja dita uma palavra.
Por meio das mãos viemos ao mundo e, por elas, muitas vidas são salvas.
É como se nas mãos existisse algo sagrado; como se todo o mistério que envolve o sentido da existência e a soma de tudo o que somos estivesse todo contido nelas, na junção entre a linha da vida - a ligação entre passado, presente e futuro - e as digitais - nossa identidade.
É como se nas mãos existisse algo sagrado; como se todo o mistério que envolve o sentido da existência e a soma de tudo o que somos estivesse todo contido nelas, na junção entre a linha da vida - a ligação entre passado, presente e futuro - e as digitais - nossa identidade.
Mesmo que não queiramos dizer nada e por mais que façamos esforço para não demonstrar o que encontra-se por dentro, as mãos sempre exercem a contradição nesses momentos. Porém, quando nos aliamos a elas para expressar aquilo que está realmente pronto a ser expressado, a harmonia torna-se grandiosa, a ponto de tornar-se possível ouvir a voz profunda e sensível da alma.
Nessas horas, quando percebo, já estou com os dedos sobre o piano, ou com as mãos segurando a caneta sobre o papel.
A linha da vida está nas mãos e, ao mesmo tempo, fora dela.
S.C.P.S.
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