domingo, 19 de fevereiro de 2012

Chapada dos Guimarães- MT










Explorando o multiverso

  
   Existem muito mais universos que compõem o mundo o qual habitamos do que se imagina.     
     Dentro do "multiverso" - o conjunto de "universos" que integram este nosso mundo- não apenas o que se vê é aquilo que realmente o compõe. Muitas vezes, o que não vemos pode ser elemento principal da essência "multiversal". 
     Dentre todos os universos, uns se destacam pelo brilho externo- não por serem maiores- por umas ou outras características que atraem os olhares e fazem com que eles sejam muito mais facilmente integrados a outro universos, por ser muito menos trabalhoso explorá-lo. Infelizmente, pouco se beneficiarão com as descobertas, pois a luz é apenas superficial, já que, interiormente, muito pouco pode ser explorado.
       Porém, o mundo pode ser muito maior do que se é capaz de perceber. O que não atrai nossos olhares, a princípio - universos menores, mais apagados e difíceis de se conhecer ao todo- são os mais profundos e tornam-se mais atraentes e maiores a cada passo que se dá em direção a eles. 
     Pode não ser fácil perceber que os universos mais apagados possuem luz própria, de intensidade extrema, contida em si e revelada apenas aos descobridores mais persistentes, que ficarão enriquecidos com a verdadeira luz da qual elas podem compartilhar para conhecer o verdadeiro multiverso que há no mundo, que poucos vêem, pois é necessário uma certa claridade interior para enxergá-lo.

S.C.P.S.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Maratona



    Queria simplesmente poder não pensar muito sobre o significado da vida, porém, às vezes a mente força a isso, mesmo (ou principalmente) quando já estava prestes a dormir.
    A vida: um sopro, uma passagem, uma viagem de trem, um livro com páginas em branco... Será mesmo tão fácil aceitar essas metáforas? Será que elas nos satisfazem a ponto de nos tranquilizar sobre o futuro? Não a mim.
   Procuro, então, fazer minha própria metáfora sobre a vida, por vários momentos, e não consigo. Talvez possa aceitá-la como uma maratona ao inverso, já que queremos ser sempre os últimos a chegar.
   Ponto de partida: estamos sadios, fortes, cheios de energia e nem temos a noção do quanto virá a ser percorrido, muito menos das dificuldades durante o percurso. Todos nos cercam, entusiasmados e cheios de expectativas sobre nossas vitórias.
   Porém, olhamos para os lados e não enxergamos nosso grande concorrente: o tempo. Ao longo do percurso, descobrimos que será impossível derrotá-lo, damos cada passo com um desejo enorme de que ele passe por nós bem devagar. Às vezes, nos esquecemos do quanto ele é veloz e, quando levamos os  piores tombos, queremos que cada segundo passe ainda mais depressa para que possamos nos reerguer e continuar a corrida. 
  Vamos nos aproximando do meio da corrida e começam as dores, a angústia de vencer os obstáculos, cometemos erros de percurso e muitos já deixaram de nos acompanhar. Outros apenas acompanham para esperar por algum tropeço. Outros, ainda, simplesmente surgem para nos dar apoio e depois se vão.
  Alguns de nossos torcedores, aqueles que mais acreditam em nós, nos acompanham fielmente desde o ponto de partida, a todo instante, e são os primeiros a nos motivar a seguir em frente.
  Aproxima-se o final da corrida e chega o cansaço. Aqueles que nos acompanharam desde o início e seguiram cada passo que demos, já se foram, pois também tiveram suas maratonas completadas. Eles deixam em nós a vontade de vencer e deixá-los orgulhosos. Alguns chegam durante o percurso e semeiam novamente em nós o ânimo para seguir em frente. Nossos passos se tornam mais lentos e já não temos as mesmas expectativas e o entusiasmo de antes, mas, temos a certeza de que chegaremos honrosos ao final do percurso, por nossa coragem, nossa ousadia e por todos aqueles que estiveram ao longo do caminho torcendo muito por nós.
  O que virá depois? É algo que só saberemos na linha de chegada. O meu grande sonho é que todos, mesmo aqueles que tenham ido embora logo após o ponto de partida, estejam de braços abertos, muito felizes, esperando por nós.

S.C.P.S.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ode de Ricardo Reis

Segue o teu destino, 
Rega as tuas plantas, 
Ama as tuas rosas. 
O resto é a sombra 
De árvores alheias.

A realidade 
Sempre é mais ou menos 
Do que nós queremos. 
Só nós somos sempre 
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só. 
Grande e nobre é sempre 
Viver simplesmente. 
Deixa a dor nas aras 
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida. 
Nunca a interrogues. 
Ela nada pode 
Dizer-te. A resposta 
Está além dos deuses.

Mas serenamente 
Imita o Olimpo 
No teu coração. 
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Fernando Pessoa

terça-feira, 14 de junho de 2011

apenas uma reflexão.

  Existem muitos outros universos dentro do único que acreditamos veementemente existir. Podemos dizer, então, que, englobando todos os universos, o que existe é um "multiverso". 
 Dentro de cada universo maior, está o mundo, e, dentro do mundo, pequenos mundos subdivididos em outros tantos universos, únicos, alguns explorados com facilidade e outros que apenas todos julgam conhecer. Para cada universo menor (porém, de dimensão infinita), os outros que existem, apesar de serem os mesmos, são diferentes. 
  A vida, então, é um verdadeiro encontro e desencontro de universos.
  A dificuldade em tudo isso é atingir os universos, que, ainda que tão próximos, são inatingíveis.
  Quem souber, que ensine como.


S.C.P.S.